CABOMBACEAE

Cabomba furcata Schult. & Schult.f.

Como citar:

Daniel Maurenza de Oliveira; Tainan Messina. 2012. Cabomba furcata (CABOMBACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

5.585.868,395 Km2

AOO:

128,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Não é endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de Roraima, Pará, Amazonas, Piauí, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo (Amaral, 2012; Feres; Amaral, 2003).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>C. furcata</i> é uma erva, aquática e submersa, com ocorrência em três biomas brasileiros. Embora o potencial ornamental possa diminuir o tamanho populacional através do extrativismo, a espécie não é endêmica do Brasil e ocorre em unidades de conservação (SNUC). A EOO é bastante superior a 20.000 km², sendo categorizada sem risco de extinção.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Syst. Veg., ed. 15 bis [Roemer & Schultes] 7(2): 1379. 1830. Nomes populares: "Rabo-de-raposa" e "Cabomba-vermelha"(Lima et al., 2012).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Utilizada em aquários com fim ornamental(Lima et al., 2012).

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em formações aquáticas (Pivar, 2009); Restingas e Cerrados (Lima et al., 2012).
Habitats: 5.1 Permanent Rivers/Streams/Creeks [includes waterfalls], 5.2 Seasonal/Intermittent/Irregular Rivers/Streams/Creeks, 5.5 Permanent Freshwater Lakes [over 8 ha], 5.6 Seasonal/Intermittent Freshwater Lakes [over 8 ha]
Detalhes: Caracteriza-se por ervas aquáticas, submersas, fixas, perenes(Feres, F. & Amaral, C.E. In Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo; Wanderley, M.G.L. et al., 2012; Thomaz, S.M. et al., ); floresce de agosto a sezembro(Lima, C.T. et al., 2012).

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Omodelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumentosignificativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno denatureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação euso dos recursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escalade funções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado àspolíticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longodas estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina,exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agriculturamecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento dasatividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legalbrasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no períodode 2002 e 2003, foi de 23.750 km², a segunda maior taxa já registrada nessa região,superada somente pela marca histórica de 29.059b km² desmatados em 1995. A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileiro criouum Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontar soluçõesde como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (Ferreira et al., 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Agriculture
A degradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espécies exóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de um manejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais de soja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano. Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde a erosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso de gramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial à biodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dos ecossistemas. Para a formação das pastagens, os Cerrados são inicialmente limpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogon gayanusKunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf,Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.00 0km² - uma área equivalente ao Estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
A Mata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce. Algumas áreas de endemismo, como Pernambuco, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez por cento da cobertura florestal remanescente foi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis em vigilância e proteção (A. Amarante, dados não publicados). Antes cobrindo áreas enormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos de fragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criação de gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatas da perda de habitat: a sobreexplotação dos recursos florestais por populações humanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano (pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiro aceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola (açúcar, café e soja). A derrubada de florestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² de florestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda de hábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração de lenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais e invasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level
Espécie considerada "Vulnerável" (VU) pela Lista vermelha da flora do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).
Ação Situação
4.4.3 Management
Ocorre em unidade de conservação (SNUC): Estação Ecológica de Taiamã, no Estado do Mato Grosso (CNCFlora, 2011); e Parque Estadual do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais (Pivari et al., 2011).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Ornamental
​Utilizada na ornamentação de aquários (Lima et al., 2012).